Unidades de Artilharia realizam tiro real no Exercício Santa Bárbara
Três Corações (MG) – O Exercício Santa Bárbara 2020 entrou no seu primeiro dia de tiros reais de obuseiros e morteiros nesse domingo (16). O dia foi faseado em quatro partes para que cada Unidade tivesse o seu momento para realizar os disparos. As guarnições do histórico 20° Grupo de Artilharia de Campanha Leve, de Barueri (SP), Unidade integrante da Força Expedicionária Brasileira na Segunda Guerra Mundial, abriram os trabalhos da Escola de Fogo.
Grupo Bandeirante em adestramento na Escola de Fogo
Às 9h da manhã, mesmo de longe, já era possível ouvir os disparos do obuseiro Oto Melara 105 mm. De perto, era visível o nível de concentração dos artilheiros. Para muitos ali, era o primeiro tiro real. Os soldados incorporados há pouco mais de seis meses teriam seu batismo de fogo e colocariam em prática os ensinamentos adquiridos durante o ano.
Na posição do 20° GAC L, a própria vegetação local camuflava as peças. Além dos muitos cálculos e do conhecimento técnico apurado dos militares envolvidos no planejamento, na estratégia e na execução do tiro, a comunicação verbal é outro fator importantíssimo no trabalho do artilheiro. Quando o comandante da linha de fogo ergue o braço direito com punho cerrado, todos prestam atenção.
– Deriva: dois, cinco, meia dúzia, uno. Elevação: dois, sete, oito.
O cabo responsável por direcionar o tubo do obuseiro, ao lado da peça, a plenos pulmões repete. Inicia-se aí a pontaria da peça para que o tiro seja preciso. Após mais algumas trocas de informações e brados, a esperada ordem do comandante da linha de tiro:
– Bateria, fogo!
O soldado aciona um mecanismo de disparo. O que se ouve depois é "a voz da guerra", como diz a Canção da Artilharia. Na sequência, o pó da terra seca sobe e fica em suspensão, assim como o cheiro da pólvora. Por alguns segundos, não é possível enxergar com clareza a peça. Por detrás daquela poeira, os soldados estão vibrando. Tudo correu bem. Mas o comandante da linha de fogo ainda aguarda no rádio a confirmação de que o tiro atingiu a área determinada.
– Missão cumprida – responde o Oficial de Operações da Unidade no rádio.
Adestramento segue à tarde: 2° GAC L, 13° RC Mec e 12° GAC
Na parte da tarde, o 2° GAC L, de Itu (SP), também realizou seus disparos com o obuseiro Oto Melara 105 mm. Sua posição estava na contra encosta de um morro. Antes dos primeiros disparos, o cenário era bucólico: um rio próximo, vacas pastando no alto do cume e verde para todo lado. Contudo, o som dos primeiros disparos rompeu com essa sensação de calmaria.
A bateria, disposta com quatro peças, como o 20° GAC L fizera mais cedo, realizou seus disparos a uma distância de cerca de 4 quilômetros da área de alvos. Cerca de 22 segundos depois do disparo, é possível ouvir que o tiro caiu.
O 13° Regimento de Cavalaria Mecanizado, de Pirassununga (SP), também adestrou suas guarnições com tiros de morteiro pesado. No final da tarde, o 12° Grupo de Artilharia de Campanha, de Jundiaí (SP), encerrou o dia da Escola de Fogo com disparos do obuseiro 155mm M114 AR, o maior calibre do Comando Militar do Sudeste.
Apoio de fogo em uma manobra ofensiva
A partir da noite desta segunda-feira (17), dentro do contexto tático da operação, trabalhado desde a fase “a distância”, ocorrerá o tiro coordenado pela Artilharia Divisionária da 5ª DE, em apoio ao ataque coordenado, que visa à conquista dos objetivos finais estabelecidos pela manobra da 2ª DE. Aqui, o tiro será dado em apoio a uma tropa figurada que estaria em ataque a um objetivo. Os tiros seguirão na manhã do dia 18 de agosto.